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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Uma dor sem cura, sem nenhum remédio, a dor da alma...

Para a morte de um filho não existe alento... Não existe cura para o coração ferido de uma mãe que viu seu filho partir, não importa a idade ou a maneira porque ele se foi, o fato é que um pedaço dela foi arrancado, o pedaço mais precioso, sua alma está mortalmente ferida e pra tal dor não existe nenhum remédio.
Após 8 meses e meio de sua partida, posso afirmar que em nenhum segundo senti amenizar esta dor torturante em meu peito e afirmo sem medo que quem insiste em dizer que vai passar jamais sentiu a imensidão deste sofrimento...
Ainda tenho o impulso de olhar todas as roupinhas de bebê em vitrines nas lojas e tenho o incontrolável desejo de comprá~las para o meu filho, esperando inconscientemente que ele volte.
Acordo no meio da noite sentindo minha barriga mexendo, e ainda sonolenta quero acreditar que meu João Miguel permaneça ali.
Abro o guarda-roupa e sofro quando ao escolher uma roupa para vestir, recordo-me de tê~la vestido na gestação e como ela ficava mais bonita exibindo a pouca barriga que eu tinha.
Olho um bebê com a mesma idade de meu filho e não consigo resistir ao impulso de procurar qualquer traço que acredito que meu filhinho teria, ou algo que achei que ele faria nesta fase.
Ainda sonho em acordar e tudo ter sido um pesadelo, ou que alguém bata em minha porta e diga que veio trazê-lo para casa a mando de Deus que não quer mais me ver chorar...
Ainda tenho o impulso de seguir uma gestante com os olhos até que ela saia de meu alcance, de olhar repetidas vezes para sua barriga como forma de negar a realidade que me persegue.
Hoje sei com plena certeza que não vai passar, nem a dor, nem a saudade, nem a falta que ele faz e sempre fará. Posso até disfarçar bem, posso até simular uma gargalhada, posso até fingir que estou bem ou me divertindo, mas a verdade é que sempre me faltará o mais importante, meu filho.
Mas sei que quem me conhece realmente, olha no fundo dos meus olhos e vê que o brilho se apagou, dentro deles está aquela dor profunda, a maior de todas as dores, a dor de perder um filho.
Não sei como sobrevivi, só sei que estou aqui, e apesar de toda a dor que carrego, busco ainda fazer minha parte, cumprir minha missão. Busco encontrar algum sentido pra tudo que sinto, até que Deus me explique suas razões e me permita o reencontro tão sonhado com você meu João Miguel!!!